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A integração das tecnologias na educação - José Manuel Moran

Referência Bibliográfica:  MORAN, J. M. A Integração das tecnologias na educação


As tecnologias estão cada vez mais ligadas a educação, seja os computadores, pockets, a digitalização, enfim, estas tecnologias começam a afetar a educação, onde esta ainda encontra-se tão conservadora, inserida sempre no mesmo local, na escola, e no mesmo sistema escolar com tempos fixos, programados, oficiais de aprendizagem. Hoje em dia, mesmo com toda essa tecnologia que permite diversas ações de aprendizagens mais práticas, democrática  e flexível, continuarmos indo à escola para aprender. As mudanças que ocorreram, segundo o autor, ainda são poucas, diante do sistema escolar tão intrínseco em nossa sociedade.
As tecnologias estão dentro das escolas, porém em sua maioria apenas para modernização da infra-estrutura ou controle de gestão, do que para uma efetiva mudança do sistema escolar. “Os programas de gestão administrativa estão mais desenvolvidos do que os voltados à aprendizagem.”, afirma o autor.
Apesar da resistência, as pressões para mudança estão cada vez mais fortes, a legalização da Educação a Distância (EAD) pela LDB e com a internet a educação passa a revolucionar com a forma de ensinar e aprender. Na EAD a aprendizagem acontece em vários lugares e ao mesmo tempo, a escola é nossa referência, mas não há a necessidade de irmos lá a todo momento.
No entanto, apesar do avanço ainda existe alguns problemas relacionado a EAD, pois a cultura escolar tradicional ainda é muito forte, apenas copiando o modelo centralizador de conteúdo para o virtual. O autor relata que: Com os processos convencionais de ensino e com a atual dispersão da atenção da vida urbana, fica muito difícil a autonomia, a organização pessoal, indispensáveis para os processos de aprendizagem à distância.” Alunos desorganizados poderão deixar de participar, de produzir e muitos terão dificuldade, à distância, de retomar a motivação, o entusiasmo pelo curso. Apesar disso os alunos estão prontos para a multimídia, porém os professores não, eles percebem que precisam mudar, mas não sabem como.
É difícil manter a motivação no presencial e muito mais no virtual, os cursos não podem se limitar apenas a  transmissão de informação ou conteúdo, mas devem existir processos participativos, afetivos que inspiram confiança.  A mudança na educação não depende apenas das novas tecnologias, mas daqueles que integram a teoria e a prática e que aproximam o pensar do viver. Os educadores marcantes atraem não por suas ideias, mas pelo contato pessoal, onde me uma sociedade cada vez mais complexa e virtual eles se tornarão referências necessárias.   

Para entender as mídias sociais. Capitulo: Educação - Bianca Santana e Carolina Rossini.

Referência Bibliográfica:  Educação,páginas 166-170, de autoria de Bianca Santana e Carolina Rossini. In: BRAMBILLA, A. (org). Para entender as mídias sociais.


No capítulo Educação do livro “Para entender as mídias sociais”, discute-se o uso das ferramentas digitais na educação. As autoras afirmam que assim como o giz ou o quadro, as ferramentas digitais, como as mídias sociais ou mesmo a própria internet, podem ser meras reprodutoras do conteúdo estudado ou mesmo causar uma revolução na educação, o que de fato pode ocorrer. Já que tais ferramentas tem como características a divulgação, ou seja, “muitos para muitos”, onde tudo que é divulgado muitos têm acesso.
Essa característica é colocada com o exemplo da publicação de livros de ciências em uma plataforma, onde estudantes de escolas da Califórnia têm acesso, além disso foram colocados diversos outros conteúdos como textos sobre teoria e ensino musical, acessados pelo mundo todo, disseminando dessa forma o conhecimento. Substituindo o livro didático caracterizado pelas autoras como “um para muitos”, onde apenas há a exposição do conteúdo depositado ao estudante, diferente da educação libertadora colocada por Paulo Freire.
A internet permite que todos tenham acesso a diversas informações, dessa forma incentivando a produção aberta de material educacional, disponibilizando conteúdos feitos por professores ou mesmo exemplares de livros didáticos para diversas séries do Ensino Médio, que ficam disponíveis online para qualquer um utilizar. Nesse sentido as autoras fazem uma crítica relativo aos gastos do governo ao realizarem a compra de livros didáticos que são distribuídos para as escolas públicas, não permitindo que os professores façam alguma alteração ou adaptação ao contexto cultural em que os alunos estão inseridos.
Dá-se o exemplo no capitulo de uma professora do interior do Pará, se ela recebe um livro didático desse, produzido em São Paulo, que não traz quase nada de sua cultura local, assim, sendo obrigada a trabalhar com um material totalmente descontextualizado. Pergunta-se, por que o governo não faz de outra forma, como a solução proposta no texto, a seguir:  “Se o governo comprasse o conteúdo em si, dos autores e editoras, e colocasse tudo na rede – em formatos e licenças livres – a professora poderia colaborar com o conteúdo original, acrescentando informações elaboradas por ela e por seus alunos.”. Enfim,  o acesso ao conhecimentos seria maior e melhor, seria de “muitos para muitos”, o que é mais democrático.


- Aprendizagem continuada ao longo da vida: o exemplo da terceira idade.
 
José Armando Valente
Depto. Multimeios e Nied, Unicamp & Ced, PucSP

Referência Bibliográfica:  VALENTE, José Armando (2007). A crescente demanda por trabalhadores qualificados: a capacitação para a aprendizagem ao longo da vida. In:  Valente, José Armando; Mazzone, Jaures & Baranauskas, Maria Cecília C. Aprendizagem na era das tecnologias digitais. São Paulo: Cortez: Fapesp. Cap. 2, p. 48.
____. Aprendizagem continuada ao longo da vida: o exemplo da terceira idade. Disponível em www.redadultosmayores.com.ar/buscador/files/DESAR005.pdf. Acesso: jul 2011.


O texto do Valente tem como foco a aprendizagem em suas diversas fases da vida, destacando qual o seu sentido e significado, como ela existe na sociedade, como se adquire, enfim, fala-se da aprendizagem em todos os seus contextos. O autor destaca algumas palavras-chaves que caracterizam o texto, estas são: aprendizagem, construção de conhecimento, aprendizagem continuada ao longo da vida e terceira idade.
Discute-se no texto aspectos relacionados ao ensino e aprendizagem, onde Valente expõe o conceito de ensinar e de aprender, trabalhando com os seus significados etimológicos e apresentando uma relação entre eles. Além disso critica as diferentes formas de aprendizagem, destacando a  aprendizagem bancária, reprodutora a qual estamos acostumados e a  aprendizagem que só conhecemos fora do âmbito escolar, porém não a reconhecemos como uma forma de construção de conhecimento, como coloca o autor, a seguir: “ (...) aprender significa o aprendiz ser capaz de utilizar sua experiência de vida e conhecimentos já adquiridos na atribuição de novos significados e na transformação da informação obtida, convertendo-a em conhecimento.” p.3.
É apresentado no capítulo como a aprendizagem acontece nas fases da vida, desde a infância, passando pela fase adulta até a terceira idade, onde o autor ressalta as diferenças de como o conhecimento é adquirido, como ele é aplicado pelo aprendiz e de que forma ele é valorizado em cada fase. A busca pelo conhecimento ou a aprendizagem ocorre a partir dos desafios que o aprendiz encontra, onde através dele ele buscará respostas, soluções para a resolução deste desafio e tais desafios são encontrados em todas as fases, motivando a busca pelo conhecimento. No entanto, este tipo de busca pelo conhecimento não pode ser encontrada dentro do sistema educacional, já que as informações já estão prontas e são apenas repassadas, transformando o aprendiz em um receptor –passivo, como destaca o autor: “A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na transmissão de informação.” p.8.
Dessa forma Valente mostra no texto um sistema que explica as diferentes predisposições de aprendizagem ao longo da vida, partindo da infância (antes de entrar na escola) onde a predisposição é de um caçador-ativo, encorajado a aprender através de interações e experiências, passando pela fase escolar tornando o estudante um receptor-passivo, logo passa para  a fase adulta onde aplica na profissão/trabalho o que aprendeu até chegar a terceira idade, onde se aposenta e torna a ser um caçador-ativo, buscando  novos conhecimentos, por diversos motivos que o autor destaca ao longo do capítulo, um deles é pelo próprio prazer de aprender.
A problematização que é gerada neste texto é como desenvolver a aprendizagem continuada ao longo da vida? Através de que meios ou que estratégias podemos utilizar para estimular a busca pelo conhecimento? O autor conclui que deve-se criar  “ambientes de aprendizagem com atividades, objetos e materiais de suporte pedagógico impregnado com determinados conceitos ou estratégias de modo que aprendizes, interagindo com os objetos ou desenvolvendo as atividades, possam construir conhecimentos.” p.12. Ou seja, o objetivo é facilitar esta aprendizagem, por meio de diversos recursos e mecanismos criados a fim de oferecer diversos ambientes de aprendizagem, estimulando o “caçador-ativos” que há dentro de cada um.
Essa pessoas que irão ajudar na estimulação, será o agente de aprendizagem, um novo educador capaz de criar condições para que cada individuo se reconheça como aprendiz, para isso ele destaca diversos atribuições que o agente precisa ter.
Verifica-se no capitulo que a escola é até o momento o único lugar considerado pela sociedade como ambiente de aprendizagem, afirmando que a sociedade não compreende ainda que aprender não é apenas na escola, mas sim em seu cotidiano onde os problemas são criados e sem perceber são solucionados, gerando assim um novo conhecimento.

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